Das horas amargas |
sou esta hora que sangra, dentro dos uivos das feras
as minhas palavras são roxas, e a minha alma é rocha
morro-me nas gargantas famintas dos dias de pedras
de tudo, pouco sei:
nada além de uma ausência sem principio e sem fim
maior que as agonias dos gritos no inferno de Dante
sarça ardente a rasgar caules, folhas e raízes de mim
sei apenas:
desta dor a roer as superfícies e bordas
desta água viscosa, que nunca evapora
deste rio rubro , que jamais desemboca
desta chaga abismal,que ninguém toca
e dai?
nada disto importa:
- outras horas [não as minhas] continuam intactas lá fora...
ana de abrã omerij
abril/2011
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